Efeito imediato da manobra miofascial no arco de movimento, na dor e na atividade eletromiográfica em pacientes submetidos à artroplastia total de joelho
Palavras-chave:
Fáscia, Manipulação Musculoesquelética, Artroplastia do Joelho, Arco de Movimento, EletromiografiaResumo
Introdução: A manobra miofascial tem merecido destaque dentre as terapias manuais vigentes, porém não há estudos contundentes referentes a comprovação da sua importância na recuperação funcional pós-operatória, em especial na contratura em flexão após artroplastia total do joelho (ATJ). Objetivo: Este estudo visa avaliar o efeito imediato da manobra miofascial da cadeia posterior do membro inferior no arco de movimento (ADM), na dor e na atividade mioelétrica (EMG) dos músculos reto e bíceps femoral de pacientes submetidos à ATJ. Métodos: Neste estudo experimental pré e pós-intervenção, foram analisados 33 sujeitos
com contratura em flexão do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), Rio de Janeiro-RJ, Brasil. Os sujeitos receberam uma única intervenção nas fáscias glútea, crural, sural e plantar, de acordo com a proposta dos Trilhos Anatômicos de Myers. Antes e imediatamente após a intervenção, os pacientes foram avaliados quanto ao arco de movimento ativo para flexoextensão do joelho por meio de fotogrametria em decúbito ventral. A escala visual analógica foi empregada para identificar o nível de dor do joelho operado, transferido para escala percentual com base nos valores pré e pós intervenção. A eletromiografia de superfície foi utilizada para captar a atividade mioelétrica dos músculos reto e bíceps femoral durante contração isométrica voluntária máxima antes e depois da manobra, convertida para root mean square (RMS). O teste t pareado foi empregado para comparar as médias antes e depois da manobra para todas as variáveis. Resultados: O ADM apresentou uma média de ganho de
5,72o± 6,2 (p=0,01), e um percentual de melhora de 11,9% Foi identificada uma diminuição do quadro álgico em indivíduos que configurou uma melhora de 56,9% da dor (p=0,04). Na EMG, foi constatada um aumento significativo da atividade elétrica do bíceps da coxa entre os momentos pré e pós-manipulação (p=0,037). Conclusão: Os dados sugerem que a manobra miofascial promove um ganho de arco de movimento nos pacientes submetidos a ATJ, reduz o quadro álgico e promove um aumento da atividade mioelétrica. Entretanto, há necessidade de novas investigações, especialmente estudos longitudinais e ensaios clínicos randomizados para elucidar os reais mecanismos e respostas fisiológicas das liberações miofasciais.
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