Capacidade cardiorrespiratória em esforço de atletas de rugby em cadeira de rodas com lesão medular de acordo com o nível competitivo
Palavras-chave:
Consumo De Oxigênio, Esporte, Cadeira De Rodas, Rugby, TetraplegiaResumo
Introdução: A Lesão medular (LM) na região cervical é uma das lesões mais incapacitantes em seres humanos com diminuição da capacidade cardiorrespiratória. Inicialmente a pratica esportiva possui caráter reabilitativo a fim de melhora seu aspecto físico, emocional e social. Estudos apontam que o nível de competitividade no esporte convencional correlaciona-se com melhor desempenho físico e esportivo. Porém, no esporte adaptado, principalmente em atletas tetraplégicos pouco se sabe sobre essa relação. Objetivo: Determinar a capacidade cardiorrespiratória em esforço de atletas com LM de rugby em cadeira de rodas de diferentes níveis competitivos, comparando-os segundo o nível competitivo e correlacionar a capacidade cardiorrespiratória em esforço com a classificação funcional (CF). Métodos: O estudo possui característica observacional seccional, em que participaram atletas brasileiros de RCR, divididos em dois grupos segundo o nível competitivo: grupo GCN (n=07), atletas que competem a nível nacional e grupo GCI (n=18), atletas que competem a nível internacional. A capacidade cardiorrespiratória em esforço foi avaliada através do teste cardiopulmonar de esforço, em um cicloergômetro de braço, com protocolo de intensidade incremental e o uso de um analisador metabólico de gases ventilatórios. As medidas descritivas foram apresentadas como mediana (valores mínimo-máximo), as comparações entre os grupos foram feitas com procedimentos estatísticos não-paramétricos e a correlação entre CF e variáveis cardiorrespiratórias foi verificada com o coeficiente de correlação de Spearman (significância estatística= 5%). Resultados: Os grupos foram comparáveis quanto à variáveis demográficas e tempo de LM. Os atletas GCI apresentaram maior tempo de prática de RCR, bem como frequência, horas e volume de treinamento semanal (todos p<0,05). Além disso, também foi observado nesse grupo maior consumo de oxigênio absoluto no pico do esforço [GCI= 1,97 (1,27 – 3,30) vs. GCN = 1,02 (0,84 – 1,86) L/min; p<0.01], ventilação pulmonar [GCI = 55,2 (22,8 – 90,5) vs. GCN = 30,7 (25,9 – 53,7) L/min; p<0.01], tempo de esforço [GCI = 10:28 (3:37 – 23:14) vs. GCN = 4:57 (2:32 – 8:45) min:s; p<0,01] e potência final [GCI = 46,0 (26,0 – 75,0) vs. GCN = 35,0 (22,0 – 55,0) W; p=0,02]. A CF se correlacionou positivamente com variáveis cardiorrespiratórias, sobretudo no GCI. Conclusão: Os jogadores de RCR do GCI por apresentarem maior tempo e volume semanal de treinamento apresentaram melhor capacidade cardiorrespiratória em esforço em relação aos jogadores do GCN. A CF parece ter uma influência maior na capacidade cardiorrespiratória dos atletas que competem a nível internacional, possivelmente por serem mais homogêneos.
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