Eficácia da transição da pisada de retropé para o mediopé ou antepé durante a corrida na melhora da dor e incapacidade em militares da escola naval com dor musculoesquelética crônica: um estudo controlado aleatorizado
Palavras-chave:
Dor Musculoesquelética, Fisioterapia, Militares, Corrida, Ensaio ClínicoResumo
Introdução: A dor musculoesquelética crônica é um sintoma muito prevalente em corredores. A maioria das pessoas que praticam corrida corredores apresenta o padrão de pisada (também chamado de padrão de toque inicial do pé no solo) de retropé durante a mesma. Evidências mostram que os padrões de pisada de antepé ou mediopé durante a corrida atenuam o primeiro pico de impacto, tornando a curva de reação do solo mais homogênea. Porém, a repercussão clínica da transição da pisada do retropé para o mediopé como estratégia de reabilitação em indivíduos com dores musculoesqueléticas crônicas ainda não é totalmente conhecida. Objetivo: O objetivo primário desse estudo foi investigar a eficácia da transição do padrão de pisada de retropé para mediopé/antepé comparada a exercícios de fortalecimento muscular de membros inferiores e da região da coluna lombar na diminuição da intensidade de dor musculoesquelética crônica em militares da Escola Naval. Como objetivos secundários, segue: Investigar se a permanência do padrão de pisada antepé/mediopé é mediadora dos desfechos dor, incapacidade e quilometragem de corrida semanal em doze semanas, seis e nove meses após a aleatorização. Métodos: Participaram do estudo 25 militares e aspirantes a oficial da Escola Naval do Rio de Janeiro, que possuíam o padrão de pisada retropé e foram aleatoriamente alocados nos seguintes grupos: (1) transição da pisada de retropé para o mediopé/antepé; (2) fortalecimento muscular dos membros inferiores e da região lombar; e (3) grupo treinamento usual. Os desfechos primários foram dor e incapacidade específica mensurados doze semanas após a aleatorização, com análise intra-grupo. Os desfechos secundários foram dor e incapacidade específica mensurados seis e nove meses após a aleatorização. Resultados: Os resultados parciais evidenciaram que os participantes apresentaram uma melhora estatisticamente significativa para os desfechos primários de dor (Diferença Média -2.7, Intervalo de confiança de 95% - 4.0 até -1.3) e incapacidade (Diferença Média -3.9, Intervalo de confiança de 95% - 5.4 até – 2.2) doze semanas após a aleatorização. Seis meses após a aleatorização também houve uma melhora estatisticamente significativa tanto para os desfechos primários de dor (Diferença Média -2.4, Intervalo de confiança de 95% - 3.9 até -1.0) quanto para incapacidade (Diferença Média -3.7, Intervalo de confiança de 95% - 5.2 até – 2.2). Conclusão: O efeito do tratamento foi sustentado seis meses após a intervenção no desfecho de dor, e no desfecho incapacidade. Os tratamentos promoveram melhora na dor e incapacidade quando analisados de forma conjunta. A análise integral dos resultados possui potencial de trazer informações relevantes para a prática clínica.
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