Identificação das estratégias de controle postural ortostático por meio do estatocinesiograma tridimensional em indivíduos saudáveis jovens e idosos

Resumo

Introdução: As medidas de oscilação postural utilizam a plataforma de força para quantificar o deslocamento do centro de pressão nas direções anteroposterior e mediolateral. Poucos estudos foram realizados utilizando o estatocinesiograma 3D. Portanto, a associação entre a distribuição espacial do centro de pressão e as condições sensoriais dos testes estabilométricos em faixas etárias distintas não foram avaliadas. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi propor um método de identificação da distribuição espacial de frequência na postura ortostática quieta por meio do ECG-3D e verificar a distribuição desses padrões em indivíduos saudáveis jovens e idosos em função das informações sensoriais disponíveis. Métodos: Um novo método quantitativo para geração, processamento e análise do estatocinesiograma 3D foi proposto baseado em análise não-paramétrica por varredura em percentil do histograma bi-dimensional. Padrões de distribuição espacial do centro de pressão foram inferidos a partir de estratégias de controle postural conhecidas. Trinta e cinco jovens saudáveis (28 mulheres; 27,0±7,7 anos, 64,3±13,4 kg; 1,64±0,09 m; 24,0±4,4 kg/m2) e 38 idosos saudáveis (36 mulheres; 67,3±8,7 anos; 70,0±14,0 kg; 1,55±0,07 m; 29,3±5,3 kg/m2) foram instruídos a manter uma posição quieta ortostática durante todos os testes com olhos abertos ou fechados combinados com os pés afastados ou juntos. Outros 11 indivíduos jovens saudáveis (5 mulheres, 26,0±7,7 anos, 74,9±21,0 kg, 1,71±0,10 m, 25,4±5,8 kg/m2) realizaram 4 repetições de 60s de duração cada em condições de olhos abertos e fechados com o mesmo posicionamento dos pés. Resultados: Ambos os grupos apresentaram uma associação significativa moderada (jovens: Goodman-Kruskal γ=0,531, P<0,031, γ*2≈15%; idosos: γ=0,582, P<0,027, γ*2≈19%) entre a distribuição de freqüência dos padrões espaciais e condições sensoriais dos testes. Todos os parâmetros estabilométricos testados foram significativamente diferentes (P<0,05) quando agrupados pelos padrões espaciais. Testes post-hoc indicaram que valores significativamente mais elevados foram observados para alguns parâmetros daqueles voluntaries que se apresentaram com centro duplo em comparação àqueles com centro único, enquanto quase todos os parâmetros do padrão multicentros foram significativamente maiores (P<0,01) em comparação com ambos os padrões de centro único e centro duplo. A análise de robustez revelou que o resultado do estudo clínico é praticamente invariante em função das combinações testadas de estimador do kernel (media e mediana), tamanho do kernel (3x3 e 5x5 bins), e método de interpolação (bicúbico e bilinear). Nos testes de repetibilidade não foram observadas diferenças estatisticamente significativas (P>0,05) para as variáveis estudadas do estabilograma, do estatocinesiograma e para a quantidade de regiões identificadas no estatocinesiograma tridimensional. Os valores de coeficiente de correlação Iintraclasse para parâmetros analisados apresentaram significância estatística (P<0,05) e se encontraram no intervalo (mínimo e máximo) de 0,565 a 0,985. Conclusão: O método proposto permitiu a avaliação objetiva de padrões espaciais e demonstrou robustez às mudanças nos parâmetros relacionados com o seu processamento. O método foi sensível à associação entre os padrões espaciais e as condições sensoriais disponíveis dos ensaios em ambos os grupos de indivíduos saudáveis, jovens e idosos.