Comportamento da mobilidade da articulação sacroilíaca em indivíduos submetidos à manipulação osteopática do ilíaco

Resumo

Introdução: A disfunção da Articulação Sacroilíca (ASI) é considerada um problema frequente em pacientes com dor na região lombar baixa podendo ocasionar limitações funcionais. A prevalência de dor na ASI, com base na avaliação clínica, varia de 15 a
30% em pacientes com dor na lombar baixa. A manobra de Alta Velocidade e Baixa Amplitude (AVBA) é uma das manobras osteopáticas que pode ser utilizada para a normalização desta alteração funcional. Objetivos: Analisar através da videometria as
possíveis alterações da amplitude de movimento da ASI nos momentos pré e pósmanipulação osteopática do ilíaco. Materiais e Métodos: Neste estudo quasi experimental participaram 30 homens hígidos, de 18 a 35 anos, alocados em dois grupos: manipulado e placebo. Após a alocação, foram colocados marcadores em 7 pontos de referência bilateralmente (2 nas EIPS, nos 2 Trocânter maior, 2 nos côndilos femorais e 1 na S2) que eram captados pela videometria enquanto o participante realizava o movimento de flexão de coxo-femoral. Após a avaliação da videometria o grupo manipulado foi submetido a uma manipulação AVBA de ilíaco anterior e o placebo foi apenas colocado na posição da manobra, sem o thrust final. Uma nova avaliação da videometria foi então realizada para comparamos a amplitude da ASI no pré e pós-manipulação. Os dados de caracterização da amostra foram analisados através de estatística descritiva. Para a análise das possíveis correlações entre peso/idade com a mobilidade da ASI na videometria, foi utilizado o teste de correlação de Pearson. Para todos os testes de estatística analítica, o nível de significância foi de 95% (p < 0,05). Resultados: Os achados indicaram um aumento da mobilidade da ASI do lado manipulado e uma diminuição na ASI contralateral tanto no grupo placebo quanto no grupo manipulado, porém sem significância estatística. Através do Teste Exato de
Fisher foi encontrada uma associação estatisticamente significante entre a mobilidade e o teste de flexão em pé (TFP) em ambos os grupos (p=0,001). Não foram encontradas associações estatisticamente significantes entre a mobilidade da ASI com o teste de
flexão sentado (TFS) e também entre peso, idade e mobilidade da ASI. Conclusão: Conclui-se que não houve diferença estatisticamente significante de mobilidade após a manipulação AVBA para ilíaco em sujeitos hígidos. Sugerem-se novos estudos com manipulação bilateral em sujeitos hígidos, em mulheres e em sujeitos sintomáticos.